Neste mês em que comemoramos o Dia da Criança, surgiu a vontade de falar sobre um tema pouco abordado pela mídia e pelas redes sociais: a infância da pessoa com deficiência. Receber tal diagnóstico é um momento que gera muita preocupação nos pais, mas com informações e atendimento adequado, é possível desenvolver todo o nosso potencial.
Para falar sobre a minha infância como criança com deficiência, eu convidei minha mãe, a psicóloga Sandra Datto, que respondeu algumas perguntas. Você também pode acompanhar nosso bate-papo nesse vídeo.
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Sandra Datto responde
Como foi receber o diagnóstico da Nana?
O diagnóstico foi recebido quando a Nana tinha 4 anos e minha maior preocupação, naquele momento, foram relativas a possíveis limitações futuras que pudessem impactar nas atividades do dia-a-dia e no desenvolvimento.
Você considerou que as informações passadas na época foram suficientes?
Nós tivemos a sorte de sermos atendidos por profissionais muito competentes, com atendimento humanizado e preocupação com as pessoas com deficiência. Buscar ajuda especializada é fundamental!
Ao longo do tempo, como foi se informando, aprendendo sobre o assunto?
Ao longo do tempo, por também trabalhar com crianças com deficiência, houve grandes aprendizados. A maior preocupação sempre foi o bem-estar, mas Nana se mostrou autêntica e independente desde criança .Para além da deficiência, é uma pessoa que tem seus sonhos e corre atrás deles, o que é fundamental em sua vida.
Quais foram os maiores desafios como mãe de criança com deficiência?
Fora do âmbito familiar, o maior desafio com certeza é lidar com o preconceito e a discriminação em todos os momentos. As pessoas limitam a pessoa com deficiência e essa relação da vida fora de casa, do olhar familiar, ainda é sofrida.
Como você lida com o preconceito?
É muito difícil, pois trata-se de uma dor do filho que passa a ser uma dor da mãe. O jeito que eu lido com o preconceito é mostrar todos os dias que a minha filha é capaz, que se supera e que é alguém é para além da deficiência
Como educar as crianças para um mundo inclusivo e diverso?
Entendendo que as pessoas não são iguais. Somos seres únicos e merecemos ser felizes e respeitados.
Como é ser mãe da Nana?
Nana é meu amor e meu orgulho. Desde pequena, sempre foi independente e altruísta. Sempre soube que iria alçar grandes voos.
Os direitos da criança com deficiência
Está na lei! De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, é assegurado às crianças e adolescentes, por meio do SUS, atendimento integral à saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. Além disso, todas as crianças e adolescentes com deficiência devem receber atendimento especializado.
É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente com deficiência o atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino; e aos adolescente, o direito ao trabalho protegido.